SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

cartaz com as logos-menor“É o amor de Cristo que nos move” (2 Cor 5,14-20)

Desde 1926, no hemisfério sul, a proposta da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em torno de Pentecostes tem uma expressão fortemente simbólica na busca pela unidade da Igreja de Cristo. Percorrer uma estrada que permita ressoar a voz do Espírito de Deus e não das ideologias humanas escravizantes e divisoras é desejo que deve pulsar no coração de cada cristão, orando e trabalhando por este constante Pentecostes na vida dos discípulos do Senhor Ressuscitado.

A memória dos 500 anos da Reforma Luterana, neste 2107, e os constantes esforços por um diálogo fraterno que acolhe e aproxima, procura corresponder a voz conciliar sobre uma solicitude na restauração da unidade que deve interessar a todos (cf. UR 5). Se, por um lado, a história da reforma foi marcada por uma dolorosa divisão, meditar seu acontecimento hoje, à luz de Cristo e de sua missão reconciliadora, possibilita, ecumenicamente, percorrer o certame do conflito à comunhão. Não há, porém, verdadeiro ecumenismo sem uma autêntica conversão interior, sem fidelidade à própria vocação, sem ter consciência que a ação do Cristo é a razão do movimento para unidade (cf. UR 6).

O convite da Segunda Carta aos Coríntios (5,14-20) ilumina o desejo dessa unidade, recordando-nos que é o “amor de Cristo que nos move”. Ele nos impele, nos move a pensar que se um só morreu por todos, de modo que não vivamos para nós, mas para Ele; esse novo estado de vida dos reconciliados em Cristo manifesta-se numa vivência plena do ministério da reconciliação compreendido amplamente. Católicos, luteranos e todos aqueles provenientes da reforma só poderão caminhar na autenticidade do discipulado, como testemunhas do Evangelho, se antes deixarem-se reconciliar com Deus: essa é a marca de nossa vocação.

Por isso, nossa bandeira, superando toda e qualquer diferença, é sermos embaixadores de Cristo, suas testemunhas. Nesta condição, sabemos que o testemunho reconciliador não se dá sem sacrifício. Do conflito à comunhão poderemos manifestar o dom de Pentecostes neste novo tempo, promovendo reflexões e ações concretas a partir daquilo que nos une. E, no fim, seremos capazes de perceber que é o movimento do Amor Reconciliador do Cristo que nos faz ser um só.

Pe. Guilherme da Costa Vilela Gouvêa

Assessor para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso

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