SERVO DE DEUS DOM OTHON MOTTA: INÍCIO DO PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO

 

21Em celebração onde estavam presentes grande parte do clero diocesano, leigos de diversas paróquias e familiares de D. Othon, foi feito o reconhecimento canônico de seus restos mortais e instalado solenemente o Tribunal para a Causa de Beatificação do Servo de Deus.

A manhã deste sábado, dia 5 de novembro foi marcada pela missa solene quando foi feito o reconhecimento canônico dos restos mortais do Servo de Deus D. Othon Motta; o translado dos mesmos para o sarcófago na entrada da Catedral e foi instalado o Tribunal para a causa de beatificação. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano D. Pedro Cunha Cruz, concelebrada pelo bispo emérito, D. Diamantino Prata de Carvalho e cerca de 40 padres do clero diocesano.

Em sua homilia, D. Pedro recordou que, logo que chegou à diocese, teve conhecimento das virtudes de Dom Othon pelo relato de fieis que foram cumprimentá-lo, destacando quem ambos eram naturais do Rio de Janeiro.  “Eu estava ouvindo um áudio quando D. Othon estava deixando a diocese. Senti a expressão de seu amor pela diocese, e, ao mesmo tempo, um coração muito abnegado, reconhecendo que não tinha mais condição de conduzi-la, de estar à frente  com seu cajado. Ele reconheceu que era o momento de passar o cajado, com muita humildade, como deve ser o nosso ministério, um ministério de desprendimento. [...] A qualidade do pastor é aquela de aceitar sua condição humana. [...]. Isso é muito bonito observar! Somos corações desprendidos! [...]”

A animação da celebração ficou a cargo do Coral Catedral, presença sempre marcante nas celebrações solenes da Paróquia Santo Antônio.

 

O translado dos restos mortais

Dom Othon Motta estava enterrado na cripta da Catedral Santo Antônio de Campanha. Em uma cerimônia privada, onde participaram o bispo, o postulador e o promotor da causa de beatificação, o corpo de Dom Othon foi exumado. Esta é uma fase obrigatória no processo, pois comprova, de fato, a existência do servo de deus.

Feita a exumação, os restos mortais foram colocados em uma urna de acrílico que permaneceu coberta durante toda a celebração. Após a comunhão, iniciou-se o processo de reconhecimento canônico e translado. Pe. Luzair Coelho de Abreu, chanceler da cúria, fez a leitura solene da ata de reconhecimento que foi assinada pelos bispos presentes, por representantes do clero, por um sobrinho de D. Othon e pelo prefeito municipal. Uma cópia da ata foi depositada junto aos restos mortais e em seguida procedeu-se o lacre da urna de acrílico. 

A urna de acrílico foi colocada em outra urna, agora de madeira, que também foi lacrada. Iniciou-se a procissão pelo corredor central da Catedral em direção ao sarcófago construído para guardar os restos mortais de D. Othon Motta. O local escolhido foi logo na entrada do templo. Dom Pedro abençoou o novo túmulo e, após ser lacrado, fez a incensação.

 

A instauração do tribunal

Após a bênção final, foi feita a instalação do Tribunal para a causa de beatificação do Servo de Deus D. Othon Motta. Clero e assembleia permaneceram nos bancos, enquanto o espaço era preparado. Os bispos e os padres que estavam no presbitério  dirigiram-se à sacristia para retirarem os paramentos litúrgicos. Pe. Luzair Coelho de Abreu, cônego e chanceler do bispado conduziu este momento, fazendo a leitura da ata de instalação.

O Tribunal para a causa de beatificação é constituído pelo Pe. Marco Antônio Iabrudi Filho, juiz delegado, pároco da paróquia N. Sra. da Conceição de Aiuruoca; pe. Bruno César Dias Graciano, promotor de justiça, pároco da paróquia S. Lourenço; Francisco Custódio Neto, notário atuário;  Leonardo Gonçalves Lima, notário adjunto; Paolo Vilotta, postulador.

Dom Pedro Cunha Cruz, juntamente com cada um dos membros do tribunal prestaram juramento solene perante o clero e assembleia e o Santo Evangelho. Prometeram serem leiais à causa e guardarem sigilo sobre os atos que tomarem ciência.

 

Sobre as funções dos membros do Tribunal:

Juiz delegado: é o representante direto do bispo no processo. É um sacerdote competente em matéria teológica, canônica, e também histórica.

Promotor de justiça: colaborador direto do Juiz delegado. Deve zelar para que se observe fielmente tudo aquilo que está prescrito pela lei na instrução da causa. O promotor também deverá examinar se foram recolhidos de forma exaustiva todos os autos e documentos relativos ao objeto do Inquérito.

Notário: Transcreve as declarações das testemunhas e redige os autos do Inquérito segundo as indicações do Delegado Episcopal. É a única função que pode ser desempenhada por leigos. No tribunal pela causa de D. Othon foram nomeados dois notários: o notário atuário e o notário ajunto.

 

Andamento do processo

Conforme o promotor da Comissão, pe. Bruno César Dias Graciano, pároco da paróquia São Lourenço, deverão ser ouvidas cerca de 35 a 40 testemunhas. Além disso, é necessário reconstruir a história do bispo através de documentos. O responsável por fazer a ligação entre a equipe diocesana e a Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, é o postulador, o italiano Paolo Vilotta. Além do processo de D. Othon, Paolo está acompanhando os processos de canonização de Pe. Victor e Nhá Chica, que precisam da comprovação de mais um milagre para serem considerados santos; e o processo de canonização da Madre Tereza Margarida, a Nossa Mãe, freira carmelita do carmelo de Três Pontas.

 

As missas do dia 4

Para intensificar as orações pelo processo que iniciou, a paróquia Santo Antônio estará celebrando, todo dia 4 (aniversário de falecimento) de cada mês, missa pelo servo de Deus Dom Othon Motta. A comissão de postulação pede também, que caso algum fiel tenha relato de alguma graça alcançada, entre em contato com a comissão através do e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Esses relatos são muito importantes para a análise da comissão. E caso tenha algum objeto que pertenceu ao Servo de Deus, o promotor pede que faça a doação para o Memorial Dom Othon, esses objetos ajudam a recontar e recriar a história do bispo.

Oração pela beatificação de Dom Othon Motta:

Ó Trindade Santa, fonte de toda santidade, nós vos louvamos pela vida de vosso servo, Dom Othon Motta, Pastor do vosso rebanho, que a todos mostrou a vossa ternura e misericórdia, dai-nos a graça de viver a caridade fraterna, dando especial atenção aos mais necessitados e frágeis. Concedei, também, que por sua intercessão alcancemos a graça especial de que tanto necessitamos (em silêncio apresentar a intenção), se for com o nosso bem e nossa salvação, e que um dia possamos vê-lo inscrito entre os vosso santos. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Pe. Bruno César comenta que nesta fase do processo, há uma série de despesas que precisam ser cobertas pela comissão de postulação. Caso algum fiel queira fazer uma doação, a conta bancária é na Caixa Econômica Federal, agência 0102, conta poupança 2735-5

 

Dom Othon

Dom Othon Motta é carioca, nascido em 12 de maio de 2013. Realizou seus estudos clericais em seminários do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi em 12 de janeiro de 1936, sendo imediatamente designado professor no Seminário São José do Rio Comprido, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde também foi Diretor Espiritual. Também fez parte do cabido de cônegos da Arquidiocese carioca. Em 10 de março de 1953, foi eleito bispo titular de Uzita, sendo sua ordenação episcopal em 24 de maio de 1953 e nomeado bispo auxiliar de Juiz de Fora. Em 1955, foi nomeado bispo auxiliar do Arcebispo do Rio de Janeiro. Em 30 de maio de 1959 foi designado bispo coadjutor da Campanha, com direito à sucessão, o que ocorreu a 16 de maio de 1960, quando sucedeu a Dom Frei Inocêncio Engelke ofm. Foi pastor zeloso, competente, modesto, afável e acessível a todos. Realizando as visitas pastorais, percorreu, por várias vezes, todo o território de seu bispado. Em 16 de janeiro de 1982, renunciou ao bispado da Campanha. Vitimado pela Doença de Parkinson, faleceu em 4 de janeiro de 1985. Seu lema episcopal foi: “In vínculis caritatis” – “nos vínculos da caridade” (Oséias 11,04).

 

Texto por PASCOM / Campanha 

Fotos por Bruno Henrique Santos / Paróquia Santo Antônio Campanha-MG 

 

 

 

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