FIÉIS E SACERDOTES SE REÚNEM NA CATEDRAL PARA A CELEBRAÇÃO DA UNIDADE DIOCESANA

capaNa manhã de quinta-feira, dia 18 de abril, clérigos e fiéis das diversas paróquias que formam a Igreja Particular da Campanha, se dirigiram à Sé episcopal para a celebração da Missa Crismal de Quinta-feira Santa presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Cunha Cruz. Além do clero diocesano, também estiveram presentes vários padres de congregações e ordens religiosas que estão auxiliando nas paróquias durante a Semana Santa. Nosso bispo emérito Dom Diamantino Prata de Carvalho concelebrou, juntamente com outros bispos residentes na diocese, Dom Guilherme Porto (emérito de Sete Lagoas) e Dom Joércio Gonçalves Pereira (redentorista, emérito da Prelazia de Coari). Animaram a celebração dois grupos de canto: o coral formado por seminaristas das casas de formação de Campanha e o Coral Campanhense.

Antes da celebração, os cônegos do cabido diocesano se reuniram na capela-mor da Catedral para a oração da Liturgia das Horas. Junto com o bispo, os cônegos rezaram as Laudes. Terminada a oração, o bispo  aspergiu a assembleia ao som de Ecce Sacerdos Magnus (tradicional música da quinta-feira santa executada pelo Coral Campanhense).

A celebração da unidade

Três pontos marcam a celebração matinal da Quinta-feira Santa: a congregação dos fiéis das diversas cidades e paróquias ao redor do altar da catedral; a bênção dos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e a consagração do santo crisma; e a renovação das promessas sacerdotais.

A missa crismal, também é chamada de Missa dos Óleos, sobretudo, por pessoas mais velhas. A consagração do crisma e bênção dos outros óleos é considerada como uma das principais manifestações da plenitude sacerdotal do bispo. Ter fixado esse rito na Quinta-feira Santa não se deve ao fato de esse ser o dia da instituição da Eucaristia, mas por uma razão prática: dispor os santos óleos, especialmente do óleo dos catecúmenos e do santo crisma, para a celebração dos sacramentos da iniciação cristã durante a vigília pascal. Então, o santo crism, que representa o próprio Espírito Santo, nos é dado, junto com seus carismas, no dia do nosso Batismo, da nossa Confirmação e na ordenação dos sacerdotes e bispos. Os óleos do crisma e dos enfermos são abençoados pelo bispo. Já o óleo do crisma, ou óleo crisma, é consagrado: é misturado com perfume, um bálsamo; essa preparação é feita na presença de todos os fiéis e sacerdotes durante a missa. 

O rito da missa crismal inclui a renovação das promessas sacerdotais. Após a homilia, o bispo convida seus sacerdotes a renovarem sua consagração e dedicação a Cristo e à Igreja. Juntos, prometem solenemente unir-se mais a Cristo, ser ministros fiéis dele, ensinar e oferecer o santo sacrifício em Seu nome, bem como conduzir outros a Ele. Portanto, outro tema importante da missa crismal é o sacerdócio. Ao entregar o mistério da Eucaristia à Igreja, Jesus também instituiu o sacerdócio.

E essa renovação é feita na presença dos fiéis das diversas cidades da diocese. O sacerdote é retirado do povo para servir a esse mesmo povo. Por isso é importante a participação dos fiéis da diocese, tornando essa missa a celebração da unidade diocesana ao redor de seu pastor.

Homilia episcopal

Transcrevemos abaixo a homilia proferida pelo bispo diocesano Dom Pedro Cunha Cruz. Você também pode assistir a pregação no vídeo disponibilizado, ou acessar o link https://youtu.be/ljY9TlyXP0M

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres... para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Is 61, 18-19). O profeta  Isaías, sem saber, esboça a imagem do Messias e redentor que virá libertar os que estão presos nos grilhões do pecado, da dor, enfermidade e exclusão. Ele proclamará o tempo da graça do Senhor, e consolará os sofredores com o bálsamo da graça e da alegria. Aqui já está presente a dimensão universal do ministério do Salvador. É a missão do Servo de Deus, lida no curso desta semana. Jesus, o Filho amado do pai, confirma na sua vida as palavras do profeta.

O profeta Isaías anuncia a alegria da Boa-Nova como a missão própria e verdadeira de um profeta que prega a salvação e o amor de Deus pelo seu povo. Deus, além de fazer uma aliança conosco, nos chama para sermos os seus servos, ungidos com o óleo da alegria para ungir os aflitos. Pelo seu Espírito, Ele nos fez seus sacerdotes; Ele nos fez partícipes de seu reinado. “Jesus nos ama. Ele, que por seu sangue nos libertou dos pecados, fez de nós um Reino, sacerdotes para seu Deus e Pai. A ele a glória e poder, na eternidade” (Ap 1, 5-6); assim como nós cantamos no canto de entrada e ouvimos na segunda leitura. Nossa humanidade, batizada pelo mesmo Espírito recebido de Jesus, nos faz sermos portadores deste mesmo Espírito no mundo. O santo Crisma, ungindo-nos com sua divina força, faz-nos testemunhas públicas desta novidade; mesmo reconhecendo que temos um tesouro em nossos vasos de argila. Não foi por nada que São João d’Ávila bem nos definiu: “O sacerdote é um ofício de anjos feitos por homens de barro”. Mas, mesmo assim, Jesus assume a nossa humanidade, nos resgata dos pecados e nos convida à santidade. Esta é a lógica do seu amor ao chamar cada um de nós.

Como ouvimos no Evangelho, Jesus, ao fazer a leitura do profeta Isaías, atrai para ele todos os olhares. Sua missão é esta mesma: atrair todos os homens a ele. A assembleia com os olhos fixos e ouvidos atentos evidencia que ali está aquele que Deus enviou para conduzir o seu povo, formando com ele uma autêntica unidade. Muito nos inspira este Evangelho, pois também nós, no nosso ministério, somos chamados, como Jesus, a revelar o rosto misericordioso do Pai para aliviar o sofrimento dos homens, trazendo a esperança, sobretudo, para os que sofrem. Não podemos nos descuidar, na nossa ação pastoral, dos mais necessitados e periféricos deste mundo. Jesus, como um profeta, nos ajuda ler e meditar a Palavra de Deus e, à luz dela, a decifrar os sinais de nosso tempo. Tempo de mudança de época, aonde os desafios para uma autêntica ação Evangelizadora não são poucos. Vemos ainda hoje, no velho continente, Igrejas incendiadas, Fé diluída, identidade cristã perdida: sinais da ausência de promotores da cultura do encontro e da tolerância. Bem profetizou o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput, na última terça-feira, advertindo que “a  cultura do ocidente esqueceu suas raízes e que os princípios básicos da dignidade e da liberdade humana, da grandeza, da imaginação, da arte, da esperança, da cultura e da consciência são os que atacam as crenças religiosas, não os fiéis. A ‘queda do Ocidente’ se deve ao esquecimento de Deus. Esta é uma sociedade sem propósito superior. Os cristãos, acrescentou, têm o dever de refazer a sociedade à imagem de Cristo, opondo-se firmemente a esta cultura dominante”.

Caros irmãos presbíteros, hoje estamos aqui para renovarmos nosso compromisso com a missão que nos foi confiada no nosso ministério. Junto ao bispo, os sacerdotes devem servir ao povo de Deus, conduzindo as almas que nos foram confiadas pelo Senhor da Messe. Cada sacerdote deve se inspirar em Jesus, sumo sacerdote, e fazer o que Ele fez. Somos seus embaixadores e, como tais, devemos cumprir o que Ele nos ordena. É em torno da mesa Eucarística que nós renovamos nosso compromisso, nossas promessas; testemunhando nossa unidade e comunhão, fortalecidas pela presença do bom povo de Deus aqui entre nós. A oração e a presença deste povo nos fortalecem no serviço e na caminhada. A Eucaristia é o ápice da nossa vida cristã e sacerdotal; revigoramos as nossas forças em torno dessa mesa.

O Espírito do Senhor está sobre nós, assim como Jesus nos indicou no Evangelho. Isto significa ter consciência reflexa de sermos instrumentos do que Deus quer fazer com cada um de nós. Isso significa ser simples, humildes e dóceis ao Espírito, como bem salientou Papa Francisco na sua homilia do último dia dez deste mês, na basílica de São Pedro: “sacerdotes normais, simples, humildes, equilibrados, mas capazes de se deixarem regenerar pelo Espírito, dóceis à sua força, interiormente livres, antes de tudo de si mesmos, porque movidos pelo ‘vento’ do Espírito que sopra onde quer”. Para servir bem as pessoas e as comunidades, o sacerdote deve nascer do alto. Caso contrário, seremos como Nicodemos que não percebia que a lógica de Deus é a lógica da graça, da misericórdia. “Ser sacerdotes capazes de elevar no deserto do mundo o sinal da salvação, ou seja, a Cruz de Cristo, como fonte de renovação para toda comunidade e para o próprio mundo”.

“O Senhor morto e ressuscitado é a força que cria a comunhão na Igreja e, através da Igreja e, por meio da Igreja, em toda a humanidade”, acrescentou o Santo Padre. Isto significa que a unidade desejada por Deus na pessoa de seu Filho, deve ser a referência para nós contra as forças do maligno e de tudo o que gera em nós divisão. Ser sacerdote santo, guiado pelo Espírito que assistiu Jesus na sua missão, significa lutar constantemente contra o demônio. E se nós insistirmos nesta luta isolados, sucumbiremos. Sem comunhão e unidade entre nós, diminuiremos a nossa vigilância, descuidaremos e, assim, ficaremos expostos. Na Gaudete et Exsultate, papa Francisco já havia dito: “o demônio não precisa possuir-nos. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios, a calúnia, pois ele se disfarça em anjo de luz”.

Por fim, cabe ainda reforçar o meu muito obrigado aos nossos sacerdotes, estreitos colaboradores, pela doação e entrega ao santo serviço do Reino, que requer mais do que um esforço humano. “Chegamos a ser plenamente humanos quando somos mais do que humanos, quando permitirmos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos, a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro” (Evangeli Gaudium, n. 8). De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais  (Doc. Aparecida, n. 360). Recuperemos e aumentemos o fervor do espírito, a “suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas”, como dizia Paulo VI na Exortação Apostólica Evangeli Nuntiandi, n. 80. Sejamos ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor. Feliz Páscoa a todos. Se louvado Nosso Senhor Jesus Cristo

Na manhã de quinta-feira, o papa Francisco presidiu a missa crismal na Basílica de São Pedro. Você pode ler a íntegra da homilia no Vatican News, clicando em https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-04/integra-homilia-papa-missa-do-crisma.html

Ano diocesano da juventude

Após a comunhão, Dom Pedro abriu oficialmente o Ano Diocesano da Juventude. Ao se dirigir aos fiéis, recordou um fato ocorrido no dia de sua posse, dia de São Bento, 11 de julho, como bispo coadjutor: “Uma repórter, não me lembro de qual emissora, me perguntou o que eu pretendia fazer pelos jovens da diocese. Acendeu uma luz: uma pessoa de fora, sem prática religiosa, mas dentro da tradição cristã .... A juventude também é uma preocupação de diversas instâncias de nossa sociedade. E respondi a ela que talvez tentasse, com minha pobreza,  recolocar a Igreja dentro da vida deles”. Iluminou esse desejo pastoral o Sínodo para a Juventude, convocado pelo papa Francisco, que foi finalizado em outubro do ano passado. Dom Pedro também fez memória do sínodo durante sua fala.

A seguir, Pe. Aylton Marcos de Jesus Santos, vigário da paróquia de Caxambu, assessor diocesano do Setor Juventude, comunicou os presentes das ações que o segmento está preparando para o Ano Diocesano da Juventude: “Já estamos entrando em contato com vários sacerdotes, apresentando os projetos que o Setor Juventude pretende desenvolver ao longo do ano. E contamos, sobretudo, com a alegria e o ânimo dos jovens. Estamos concluindo o subsídio para reflexão nos grupos de família. O Reaviva Jovem, é uma atividade para reavivar os Grupos de Jovens e criar novos nos lugares onde não possuem. Temos também o TPJ, que é o terço na praça com o jovens, despertando a devoção mariana no coração da juventude. O Crisma Fest, que é a festa da Crisma, com o intuito de ajudar que os nossos jovens permaneçam na Igreja após o sacramento, por meio do trabalho pastoral, do trabalho ativo dentro da Igreja. Teremos também esse ano a Semana Missionária com os jovens. Serão todos projetos-piloto, numa tentativa de ir aumentando, e abarcando mais e mais paróquias até que se abarque a diocese inteira. Por fim, nós vamos fazer, também, a Juventude Solidária, que é uma semana de trabalho com as pessoas carentes, em vista do dia do pobre, instituído pelo Papa Francisco. E, no ano que vem, pretendemos realizar uma Assembleia Diocesana da Juventude e a Jornada Diocesana da Juventude, que termina, sempre no Domingo de Ramos. É um ano de muito trabalho, por isso, peço o engajamento de todos e contamos com o engajamento de todos os colegas sacerdotes.”

O Setor Juventude da diocese de Campanha abarca o trabalho com os diversos segmentos pastorais que têm o adolescente e jovem como foco de ação.

Em seguida, foi lido o decreto episcopal de instituição do Ano Diocesano da Juventude. 

Distribuição dos óleos

Após a missa, os representantes das paróquias se dirigiram ao Salão Paroquial, anexo à Catedral, para a distribuição dos Santos Óleos. A equipe de colabores da Cúria Diocesana se organizou para melhor atender. Os óleos consagrados e o santo crisma são distribuídos em recipiente próprio para cada uma das diversas paróquias da diocese.

E finalmente, no Centro Comunitário Santo Antônio foi servido o lanche ofertado pela comunidade da Paróquia Santo Antônio aos componentes das diversas caravanas.

Texto: Flávio Maia

Fotos: Bruno Henrique

PasCom da Paróquia Santo Antônio – Campanha/MG

Reportagem fotográfica completa na fanpage da paróquia

https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/

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