DOM PEDRO PRESIDE CELEBRAÇÃO NA QUARTA FEIRA DE CINZAS E FAZ ABERTURA OFICIAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018

Capa da materiaAconteceu na Catedral de Santo Antônio, em Campanha, a Celebração Eucarística com distribuição das cinzas e abertura da Campanha da Fraternidade 2018, presidida por Sua Excelência Reverendíssima Dom Pedro Cunha Cruz, Bispo Diocesano da Campanha. Concelebrou o Reverendo Pe. Wendel de Oliveira Rezende, Vigário paroquial da Campanha e Digníssimo Reitor do Seminário São Pio X. Participou da santa eucaristia o Reverendíssimo Cônego Luzair Coelho de Abreu, Pároco e Cura da Catedral e Chanceler do Bispado.

Em sua homilia Dom Pedro começou destacando o sentimento de todos nós, fiéis católicos, no início deste tempo quaresmal: “Hoje somos tocados e sensibilizados pela riqueza deste dia, pelo tempo que se inicia para nós. A imposição das Cinzas é um sinal que expressa todo o nosso despojamento diante de Deus, é muito bom no dia de hoje, dia de oração, jejum e da prática da caridade termos fortemente a consciência do pecado que muitas vezes nos sufoca, para que assim sintamos necessitados da graça de Deus. Hoje somos chamados a reconhecer nossa condição miserável, de pó, de pobreza e de pecado. Tudo isso, temos consciência de que somos, mas, a graça de Deus vai agir sobre todos nós”.  

Dom Pedro nos lembra de que o tempo da quaresma é o “itinerário onde nós recordamos o ingresso de Jesus no deserto, entramos com Ele no deserto... É também um itinerário de revisão do nosso interior, tudo aquilo que não presta e que não é bom para nós precisa ser excluído, eliminado para que assim possamos ter uma religião que seja de fato querida pelo próprio Deus. Por isso vamos fazer muitas vezes a experiência da Misericórdia durante este tempo...”.

Ainda falando sobre a Quaresma, nosso bispo disse que, “muitas vezes vivemos em certo comodismo espiritual, vamos empurrando com a barriga, o tempo da nossa reflexão, o tempo de nos voltar para Deus...” com isso, nos orienta que agora é a hora, o tempo é propício para que saiamos do comodismo espiritual e entremos definitivamente na graça misericordiosa de Deus.

Dom Pedro deixa-nos, portanto, o entendimento de que a Igreja sempre fala para o fiel e para a comunidade, da importância da penitência individual e comunitária. Se quisermos uma vida renovada, transformada, curada e abençoada, tenhamos em Deus a direção da nossa vida. Não há tempo melhor para tal do que a Quaresma.

Ainda na homilia, Dom Pedro trouxe para todos nós, paroquianos da Campanha e toda Diocese, uma mensagem relacionada ao lema e tema da Campanha da Fraternidade 2018, fazendo assim a sua abertura oficial, neste ano que nos propõe refletirmos sobre a violência que assola nosso país, sobre as vidas perdidas por pouco, ou quase nada; não há mais segurança, quase não mais sabemos o significado de “Ir e Vir”, tamanha a violência.

O tema: FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA e o Lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), muito pertinentes, no dizer do nosso bispo, porque mostra a sensibilidade da Igreja Católica diante da situação de violência no Brasil. Sobre o tema, Dom Pedro falou-nos: “O que nos impulsiona neste caminho da superação da violência é a prática, portanto, da vida e dos ensinamentos de Jesus. A igreja sempre apareceu de forma clara quanto a tudo que venha a atingir a essência da vida, a Igreja vai sempre lutar contra”!

Quanto ao lema, ressaltou: ´É o próprio Cristo que nos diz “Vós sois todos irmãos”. Portanto, precisamos abraçar esta proposta da Igreja visando à superação da violência, que é um desafio que atinge a todos. A Campanha da Fraternidade é uma ferramenta onde a Igreja levanta sua voz profética para anunciar o que Deus deseja para nós. O que Ele deseja para nós? É o anúncio que a Igreja faz hoje, mas ao mesmo tempo, é para denunciar a violência. Jesus quer que nós, seus seguidores, aprendemos um jeito novo de viver, que a nossa fé exija de nós um modo novo de viver e conviver em Família, em comunidade e sociedade. Como vamos viver este lema “Vós sois todos irmãos”, se nós não nos sentimos em comunidade e família? Não pode haver divisão entre nós que somos membros do corpo de Cristo. A Campanha da Fraternidade exige isso de nós também, podemos contribuir para construção dessa Paz desejada por todos! Devemos pautar nossa vida através da vida de Jesus, como Cristãos somos chamados a construir o reino da verdade e da paz, da justiça e do amor, pois somos todos irmãos. Por isso somos chamados a superar toda forma de violência, o nosso esforço já é um sinal de uma nova civilização”.  

Em seguida, Dom Pedro apresentou algumas estatísticas sobre a violência em nosso País, destacando o número de pessoas mortas por arma de fogo; que nosso país responde por quase 13% dos assassinatos do planeta, bem como, o número elevado de mortes violentas que demostra a contradição da imagem do país pacato e ordeiro, posto que esta ideia surge onde o Estado se faz presente e nos lugares onde residem os que podem pagar por segurança particular. Nas periferias há ausência da segurança estatal ou só acontece quando há operações especiais. Nestes ambientes, os moradores são entregues a grupos armados, ao tráfico de drogas, etc. (Cf. Texto-Base)

Caminhando para encerramento de sua homilia, Dom Pedro destacou o contra testemunho de muitos cristãos que apelam para violência verbal, física e maus tratos, chegando ao ponto da violência armada. Pessoas que tem terços pendurados em seus veículos, adesivos de santos colados, são pessoas lindas dentro da Igreja, mas quando entram em seus carros, elas se transformam. Dom Pedro citou algumas experiências que já teve nas estradas que percorre sempre em trabalho pastoral pela Diocese. Ele partilhou conosco o quanto as pessoas no trânsito são imprudentes, sem paciência, fazem ultrapassagens perigosas, a alta velocidade, pessoas colocando a própria vida em risco.  “Não podemos nos conformar com essa situação em um País de maioria cristã, somos chamados a agir do jeito de Jesus. Quando eu vou ungir meus crismandos, eu sempre digo a eles que tenham o cheiro de Jesus, o cheiro da ovelha de cristo, onde todos vão sentir este perfume, este bálsamo de Cristo. Vocês são membros da Igreja, vocês são irmãos. Nós observamos o cristão pelo cheiro e jeito de ser”.

Nosso bispo ainda nos fez refletir sobre nossas atitudes para com o irmão dentro da igreja citando as Bem Aventuranças. Jesus nos dá oito práticas de vida que nos conduzem ao encontro com Deus.  “O Papa Francisco nos lembra que o próprio Jesus nos concede o manual da construção da sociedade no chamado Sermão da Montanha. Mensagem essa, dada pelo Santo Padre na ocasião do Dia Mundial da Paz do ano de 2017. Busquem este evangelho de Mateus 5. É a cartilha da nova evangelização que Deus nos concede...  A campanha da fraternidade deste ano, portanto, é uma oportunidade de trazermos para a prática do nosso dia a dia este manual formado pelo conjunto das bem aventuranças. ‘Bem aventurados os que promovem a Paz, porque deles serão o Reino dos Céus’. Não podemos deixar que a cultura da violência e a sede de vingança tome conta de nós... Promover a cultura da Paz, a reconciliação da Justiça, sempre à luz da Palavra de Deus como caminho de superação da violência, é tarefa de todos nós cristãos que queremos um mundo melhor de plena vida e de Paz”, concluiu Dom Pedro.

Ao final da bela celebração eucarística, Dom Pedro deixou-nos uma mensagem com um direcionamento espiritual durante o tempo quaresmal, exortando a participar das celebrações dominicais na profunda escuta da palavra de Deus, colocando-a em prática e sobretudo, buscando o sacramento da Penitência. E enfim, participar do Domingo de Ramos e do Tríduo Pascal, nosso destino ao iniciar esta Quaresma.  Então, desejou a todos uma santa e abençoada Quaresma.

Texto/Fotos:  Bruno Henrique – PASCOM – Paróquia Santo Antônio 

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