Natal: o Filho de Deus veio até nós

Braso D. Pedro

Iniciamos o Ano Litúrgico da Igreja com o tempo do Advento; este é um tempo de alegria, pois ele nos abre a porta para o Natal do Senhor e nos lança na esperança do mundo que há de vir. Longe de ser uma repetição de algo que já festejamos, o Mistério de Cristo celebrado torna o passado presente e continua a agir na história encaminhando-nos para seu futuro. Por isso, o Advento é um tempo muito significativo e nos enche de uma esperança que rege toda nossa vida. O Advento serve para mostrar ao mundo que os cristãos sabem dar conteúdo à esperança que os anima, na expectativa do retorno do Senhor. “Revestido da nossa fragilidade, Ele veio na primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, Ele virá uma segunda vez, para conceder-nos em plenitude os bens prometidos e que hoje vigilantes esperamos” (Prefácio do Advento I). Assim como o povo de Israel preparou a primeira vinda do Messias, também nós, através deste tempo liturgicamente forte do Advento, preparamos a segunda vinda.

A novena de Natal que fazemos em nossas casas (Igreja doméstica), neste tempo do Advento, além de nos preparar espiritualmente para celebrarmos este grande Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, nos convida a refletir sobre o tema: “Reunidos na esperança, preparemos a vinda do Senhor”, pois a igreja tem a missão no mundo de anunciar a beleza desta luz, que ilumina cada um de nós pelo seu amor. A Igreja é esta casa que acolhe a todos com a Palavra e o Pão, sobretudo os mais vulneráveis e excluídos. O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: “nisto manifestou-se o amor de Deus por nós; Deus enviou seu Filho ao mundo para que vivamos por Ele” (1 Jo 4,9). O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade e reconciliar-nos com Deus. Deste modo, somos chamados a participar de sua natureza divina. Na Encarnação o Filho de Deus assume a nossa natureza humana, para nela realizar a nossa salvação. Deus veio morar entre nós. Jesus é o verdadeiro Deus em nosso meio (Deus-conosco).

Na iminência de tão grande celebração, rogo ao Deus da misericórdia e Príncipe da Paz, que nos empenhemos por um mundo novo, onde reine a paz, a justiça, a tolerância e o mais autêntico amor. Vivemos mais um ano difícil devido aos desafios impostos pela pandemia e de uma guerra inconcebível e absurda; mas não podemos perder a esperança, que é sempre iluminada e guiada pela fé de cada cristão. Precisamos sair mais fortes e lutar por uma humanidade renovada pela fraternidade e amizade social, onde cuidamos um do outro com um amor que promove e integra. Sejamos uma presença testemunhal do Verbo Encarnado hoje e sempre. O Verbo se fez carne e veio morar conosco dotando nossa vida de sentido, iluminando nossas incertezas e conduzindo-nos em seu caminho.

Ninguém como Maria conheceu a profundidade deste Mistério de Deus feito homem. Peçamos a sua proteção nesta tarefa desafiadora. Que a Virgem da ternura e do autêntico amor nos ajude a encontrar Deus nas feições de uma criança, e manifestar a sua glória aos que ainda jazem nas trevas. Diante de tanto desafio vivido nesta fase sem precedente da nossa história, nada deve ofuscar o sentido desta festa. Celebrar o Natal é experimentar e reviver o caminho que une Deus e o homem.

Feliz e Santo Natal
Com frutuosas bênçãos

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