Igreja: comunidade em estado permanente de missão

Braso D. PedroAo ingressarmos no mês missionário, cabe a cada fiel uma tomada de consciência renovada do “ser Igreja” e da sua natureza missionária. À luz das DGAE, a primeira proposta do documento é a de refletir a necessidade do anúncio do Evangelho a partir da própria vida de Cristo, que percorria as cidades e povoados proclamando o Reino. Assim, o mundo passa a ser o lugar da presença de Deus e espaço do anúncio e vivência do Evangelho. Cada batizado deve voltar a esta fonte inspiradora do anúncio e do testemunho de Jesus e das primeiras comunidades, que impulsionam e rejuvenescem a Igreja na sua identidade missionária. Somos todos convidados a tomar a sério a decisão de estarmos permanentemente em missão; sempre colocando Cristo no centro de nossa vida e pregação. Aqui reside a força da nossa ação evangelizadora.

A Igreja jamais deve perder de vista o seu papel de uma comunidade de amor, fraternidade e fé, onde se criam laços de vida e oração; que fazem de sua existência uma verdadeira “saída”, com prudência e audácia, coragem e ousadia (Cf. EG 33, 47). Cabe aqui recordar as palavras do Papa Francisco: “por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inesgotável de oferecer missão” (EG, 49). O Concílio Vaticano II já havia definido também a Igreja como a comunidade dos discípulos missionários de Jesus Cristo, que é a luz única para pessoas e povos (Cf. LG, 1). Daí decorre a sua consciência de ser enviada ao mundo para evangelizar.

Neste sentido, todos nós, como discípulos, devemos assumir um estilo de vida itinerante para pregar a Boa Nova da salvação e a vivência dos seus valores. É no convite ao encontro e acolhida solidária que a Igreja assume sua roupagem de uma casa aberta que atrai todos, sem excluir ninguém do anúncio da Palavra e do amor de Cristo; pois é na força desta Palavra que se formam as verdadeiras comunidades de discípulos missionários. Somente assim é que podemos chamá-la de casa da missão.

Os cristãos leigos e leigas, sobretudo os jovens, devem contribuir para renovar o ardor espiritual e o vigor apostólico das comunidades, pois a Igreja como mãe “conclama a todos a acolher a Palavra, celebrar os sacramentos e sair em missão no testemunho, na solidariedade e no claro anúncio da pessoa e da mensagem de Cristo” (DGAE, 15). A fé autêntica não pode ser cômoda e nem individualista, mas é traduzida no dinamismo próprio do discipulado missionário. Não nos faltará a assistência do Espírito do Senhor para cumprir a missão que Ele mesmo nos confiou por meio do seu “Ide”. Ser e sentir-se Igreja só acontece quando todos assumem o compromisso no anúncio da Boa Nova, em estado permanente de saída, encontro e diálogo. Que o Evangelho de Jesus seja conhecido para que todos os povos n’Ele tenham vida.

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