VATICANO LANÇA VADE MECUM COM DIRETRIZES PARA AVANÇAR NO CAMINHO ECUMÊNICO

Lancamento-Vademecum-Ecumenismo

Uma bússola” para ajudar os bispos no caminho ecumênico e para encorajá-los a continuar com decisão neste caminho, que pertence a toda a Igreja católica, rumo à “plena comunhão”. Foi o que disse o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, durante a coletiva de apresentação do documento “O bispo e a unidade dos cristãos: Vade Mecum Ecumênico”, na Sala de Imprensa da Santa Sé,  na última sexta-feira, 4 de dezembro.

Participaram também outros três cardeais: o prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Luis Antonio G. Tagle, e o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Leonardo Sandri. A presença de quatro cardeais demonstra a importância deste documento que, segundo o cardeal Koch, marca o 60º aniversário da criação do Dicastério por vontade de São João XXIII, em 1960.

Um documento que propõe uma breve síntese dos pilares deste percurso: desde a Unitatis redintegratio do Concílio Vaticano II, à Encíclica Ut unum sint, que completa 25 anos de publicação, até os dois documentos do Pontifício Conselho: o Diretório ecumênico e A Dimensão ecumênica na formação dos que trabalham no ministério pastoral. Uma síntese enriquecida pelos temas abordados no decorrer dos últimos pontificados e sempre adotando o ponto de vista do bispo: um guia de fácil consulta, enriquecido também com “recomendações práticas”.

O serviço da unidade é essencial para o bispo

O compromisso ecumênico do bispo não é “uma dimensão opcional de seu ministério”, mas “um dever”, sublinhou o cardeal Koch. Um aspecto lembrado também pelo Papa Francisco que aprovou o Vade Mecum referindo-se a ele em sua Carta de 24 de maio passado por ocasião do 25º aniversário da Ut unum sint.

Ao ilustrar a estrutura do documento, que consiste em duas partes essenciais, fruto de três anos de trabalho, o cardeal destacou os quatro tipos de diálogo aos quais se exorta: o ecumenismo espiritual, o diálogo da caridade, o diálogo da verdade e o diálogo da vida.

Ouellet: conversão ecumênica dos bispos e discípulos de Cristo

Em seus discursos, os cardeais destacaram os aspectos ligados às suas tarefas de responsabilidade. O prefeito da Congregação para os Bispos, cardeal Marc Ouellet, reiterou que a causa ecumênica não deve ficar em segundo lugar no diálogo inter-religioso, por causa dos fluxos migratórios que criam ambientes de vida cada vez mais multiculturais. Na realidade, a busca da unidade cristã “torna-se mais urgente por causa deste novo contexto, que requer mais coesão entre nós batizados, para dar um testemunho de vida crível em um diálogo ampliado” com as comunidades de outras religiões.

Os bispos “são os principais responsáveis pela unidade dos cristãos”, reiterou o cardeal Ouellet, lembrando também que cada bispo é chamado a promover a oração por essa intenção, especialmente na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Neste sentido, recomendou que o bispo nomeie “um delegado diocesano”, clérigo, religioso ou leigo para coordenar as atividades com representantes de outras Igrejas. Assim como as conferências episcopais, devem garantir uma Comissão Episcopal ou pelo menos um delegado que tenha presente esta “prioridade da missão da Igreja”.

Os bispos são chamados a construir em sua comunidade local uma atitude fraterna em relação a outras denominações cristãs, “independentemente”, disse ele, “das atitudes contrárias que possamos encontrar e dos fracassos que possam nos fazer desistir”. Um católico nunca se cansa de dar o primeiro passo para a reconciliação”. O bispo deve então se ocupar da formação ecumênica dos seminaristas e acadêmicos cristãos. Concretamente, o cardeal recorda os muitos exemplos possíveis de iniciativas presentes no vade mecum em conformidade com as normas do Diretório de 1993. E evidencia novamente, o bispo dará “o exemplo de colaboração”. “O uso das igrejas, a luta contra a pobreza, o exercício da caridade podem ser ocasiões para o intercâmbio fraterno e a partilha entre as diferentes comunidades eclesiais. Às vezes também é uma boa ideia convidar outros ministros para pregar em casa ou para ir pregar em outro lugar com um convite bem informado”, especificou ele. Portanto, em resumo, o Vade Mecum é importante para “uma conversão ecumênica para os bispos e todos os discípulos de Cristo”.

Tagle: o diálogo como modalidade de evangelização

Para a Congregação para a Evangelização dos Povos, o vade mecum é “um chamado a explorar mais o diálogo como modalidade de evangelização” e, portanto, todos os batizados precisam de “uma formação ao diálogo” neste sentido. Foi o que disse o cardeal Luis Antonio G. Tagle, prefeito do referido dicastério, que reafirmou a importância nas dioceses de espaços de diálogo, lembrando também as palavras de São Paulo VI sobre o fato de que a identidade da Igreja é missionária. O cardeal advertiu que “em lugares onde os cristãos são uma minoria e onde os batizados se afastam da Igreja, a falta de unidade entre os seguidores de Jesus, às vezes manifestada publicamente como animosidade recíproca, prejudica a evangelização e obscurece a pessoa de Jesus”, enquanto uma boa experiência de cristão leva à abertura a Cristo. Portanto, na missio ad gentes, os missionários cristãos não devem transplantar “suas divisões originárias para novos territórios”.

O cardeal Tagle ressaltou que “é triste notar que na experiência de alguns bispos é às vezes mais fácil dialogar com líderes e seguidores de religiões não cristãs” do que com os de comunidades não-católicas. As boas relações com líderes e membros de comunidades não-católicas devem ser cultivadas a fim de “eliminar preconceitos” e caminhar para a cura das feridas do passado.

Sandri: a contribuição das Igrejas católicas de Rito Oriental

Este documento, dirigido principalmente aos Pastores das Igrejas, é mais uma afirmação de que não nos é mais permitida a falta de conhecimento do Oriente cristão. Neste sentido, é forte a referência do cardeal Leonardo Sandri sobre a centralidade do Oriente que “o Ocidente” precisa para que “seja restituída à Igreja de Cristo e ao mundo a plena manifestação da catolicidade eclesial”.

Concretamente, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais lembrou que estas “têm uma tarefa especial neste campo, pois protegem o seu patrimônio ritual comum ao das Igrejas irmãs ortodoxas”: é previsto que “em cada Igreja sui iuris exista uma comissão de especialistas em ecumenismo, e em cada eparquia um conselho para a promoção do movimento ecumênico”.

O vade mecum é uma preciosa ajuda para o caminho que as Igrejas do Oriente e do Ocidente devem fazer juntas na busca da unidade. A “separação”, ressaltou o purpurado, “é um pecado muito grave, e por isso é necessário fazer novos gestos corajosos, indo além com uma atitude de constante e sincera conversão na caridade”. É preciso olhar o que, no passado, uniu o Oriente e o Ocidente para escrever uma história de unidade: “pregação apostólica, experiência comum de martírio, convivência na diversidade, busca da comunhão mesmo depois das divisões, até o Concílio Vaticano II”. “O ecumenismo da porta ao lado”, disse ele, usando a expressão do Papa Francisco sobre a “santidade da porta ao lado”.

A Igreja em Roma sempre sentiu o dever de promover a unidade visível e permanente de todas as Igrejas, disse ele, recordando como o Papa Francisco, em harmonia com seus predecessores, identifica os principais pontos que devem caracterizar a busca: “Assegurar o pleno respeito pela dignidade do outro, promover uma verdadeira consciência dos fiéis e não apenas de vértice, caminhar juntos experimentando novas formas além daquelas já experimentadas”. Neste sentido, aponta como “decisiva” a contribuição que “as Igrejas Católicas Orientais podem dar, cuja autenticidade e originalidade devem ser cada vez mais claramente reconhecidas”, por exemplo, com a sinodalidade.

Uma bússola” para ajudar os bispos no caminho ecumênico e para encorajá-los a continuar com decisão neste caminho, que pertence a toda a Igreja católica, rumo à “plena comunhão”. Foi o que disse o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, durante a coletiva de apresentação do documento “O bispo e a unidade dos cristãos: Vade Mecum Ecumênico”, na Sala de Imprensa da Santa Sé,  na última sexta-feira, 4 de dezembro.

Participaram também outros três cardeais: o prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Luis Antonio G. Tagle, e o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Leonardo Sandri. A presença de quatro cardeais demonstra a importância deste documento que, segundo o cardeal Koch, marca o 60º aniversário da criação do Dicastério por vontade de São João XXIII, em 1960.

Um documento que propõe uma breve síntese dos pilares deste percurso: desde a Unitatis redintegratio do Concílio Vaticano II, à Encíclica Ut unum sint, que completa 25 anos de publicação, até os dois documentos do Pontifício Conselho: o Diretório ecumênico e A Dimensão ecumênica na formação dos que trabalham no ministério pastoral. Uma síntese enriquecida pelos temas abordados no decorrer dos últimos pontificados e sempre adotando o ponto de vista do bispo: um guia de fácil consulta, enriquecido também com “recomendações práticas”.

O serviço da unidade é essencial para o bispo

O compromisso ecumênico do bispo não é “uma dimensão opcional de seu ministério”, mas “um dever”, sublinhou o cardeal Koch. Um aspecto lembrado também pelo Papa Francisco que aprovou o Vade Mecum referindo-se a ele em sua Carta de 24 de maio passado por ocasião do 25º aniversário da Ut unum sint.

Ao ilustrar a estrutura do documento, que consiste em duas partes essenciais, fruto de três anos de trabalho, o cardeal destacou os quatro tipos de diálogo aos quais se exorta: o ecumenismo espiritual, o diálogo da caridade, o diálogo da verdade e o diálogo da vida.

Ouellet: conversão ecumênica dos bispos e discípulos de Cristo
Em seus discursos, os cardeais destacaram os aspectos ligados às suas tarefas de responsabilidade. O prefeito da Congregação para os Bispos, cardeal Marc Ouellet, reiterou que a causa ecumênica não deve ficar em segundo lugar no diálogo inter-religioso, por causa dos fluxos migratórios que criam ambientes de vida cada vez mais multiculturais. Na realidade, a busca da unidade cristã “torna-se mais urgente por causa deste novo contexto, que requer mais coesão entre nós batizados, para dar um testemunho de vida crível em um diálogo ampliado” com as comunidades de outras religiões.

Os bispos “são os principais responsáveis pela unidade dos cristãos”, reiterou o cardeal Ouellet, lembrando também que cada bispo é chamado a promover a oração por essa intenção, especialmente na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Neste sentido, recomendou que o bispo nomeie “um delegado diocesano”, clérigo, religioso ou leigo para coordenar as atividades com representantes de outras Igrejas. Assim como as conferências episcopais, devem garantir uma Comissão Episcopal ou pelo menos um delegado que tenha presente esta “prioridade da missão da Igreja”.

Os bispos são chamados a construir em sua comunidade local uma atitude fraterna em relação a outras denominações cristãs, “independentemente”, disse ele, “das atitudes contrárias que possamos encontrar e dos fracassos que possam nos fazer desistir”. Um católico nunca se cansa de dar o primeiro passo para a reconciliação”. O bispo deve então se ocupar da formação ecumênica dos seminaristas e acadêmicos cristãos. Concretamente, o cardeal recorda os muitos exemplos possíveis de iniciativas presentes no vade mecum em conformidade com as normas do Diretório de 1993. E evidencia novamente, o bispo dará “o exemplo de colaboração”. “O uso das igrejas, a luta contra a pobreza, o exercício da caridade podem ser ocasiões para o intercâmbio fraterno e a partilha entre as diferentes comunidades eclesiais. Às vezes também é uma boa ideia convidar outros ministros para pregar em casa ou para ir pregar em outro lugar com um convite bem informado”, especificou ele. Portanto, em resumo, o Vade Mecum é importante para “uma conversão ecumênica para os bispos e todos os discípulos de Cristo”.

Tagle: o diálogo como modalidade de evangelização
Para a Congregação para a Evangelização dos Povos, o vade mecum é “um chamado a explorar mais o diálogo como modalidade de evangelização” e, portanto, todos os batizados precisam de “uma formação ao diálogo” neste sentido. Foi o que disse o cardeal Luis Antonio G. Tagle, prefeito do referido dicastério, que reafirmou a importância nas dioceses de espaços de diálogo, lembrando também as palavras de São Paulo VI sobre o fato de que a identidade da Igreja é missionária. O cardeal advertiu que “em lugares onde os cristãos são uma minoria e onde os batizados se afastam da Igreja, a falta de unidade entre os seguidores de Jesus, às vezes manifestada publicamente como animosidade recíproca, prejudica a evangelização e obscurece a pessoa de Jesus”, enquanto uma boa experiência de cristão leva à abertura a Cristo. Portanto, na missio ad gentes, os missionários cristãos não devem transplantar “suas divisões originárias para novos territórios”.

O cardeal Tagle ressaltou que “é triste notar que na experiência de alguns bispos é às vezes mais fácil dialogar com líderes e seguidores de religiões não cristãs” do que com os de comunidades não-católicas. As boas relações com líderes e membros de comunidades não-católicas devem ser cultivadas a fim de “eliminar preconceitos” e caminhar para a cura das feridas do passado.

Sandri: a contribuição das Igrejas católicas de Rito Oriental
Este documento, dirigido principalmente aos Pastores das Igrejas, é mais uma afirmação de que não nos é mais permitida a falta de conhecimento do Oriente cristão. Neste sentido, é forte a referência do cardeal Leonardo Sandri sobre a centralidade do Oriente que “o Ocidente” precisa para que “seja restituída à Igreja de Cristo e ao mundo a plena manifestação da catolicidade eclesial”.

Concretamente, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais lembrou que estas “têm uma tarefa especial neste campo, pois protegem o seu patrimônio ritual comum ao das Igrejas irmãs ortodoxas”: é previsto que “em cada Igreja sui iuris exista uma comissão de especialistas em ecumenismo, e em cada eparquia um conselho para a promoção do movimento ecumênico”.

vade mecum é uma preciosa ajuda para o caminho que as Igrejas do Oriente e do Ocidente devem fazer juntas na busca da unidade. A “separação”, ressaltou o purpurado, “é um pecado muito grave, e por isso é necessário fazer novos gestos corajosos, indo além com uma atitude de constante e sincera conversão na caridade”. É preciso olhar o que, no passado, uniu o Oriente e o Ocidente para escrever uma história de unidade: “pregação apostólica, experiência comum de martírio, convivência na diversidade, busca da comunhão mesmo depois das divisões, até o Concílio Vaticano II”. “O ecumenismo da porta ao lado”, disse ele, usando a expressão do Papa Francisco sobre a “santidade da porta ao lado”.

A Igreja em Roma sempre sentiu o dever de promover a unidade visível e permanente de todas as Igrejas, disse ele, recordando como o Papa Francisco, em harmonia com seus predecessores, identifica os principais pontos que devem caracterizar a busca: “Assegurar o pleno respeito pela dignidade do outro, promover uma verdadeira consciência dos fiéis e não apenas de vértice, caminhar juntos experimentando novas formas além daquelas já experimentadas”. Neste sentido, aponta como “decisiva” a contribuição que “as Igrejas Católicas Orientais podem dar, cuja autenticidade e originalidade devem ser cada vez mais claramente reconhecidas”, por exemplo, com a sinodalidade.

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