A CELEBRAÇÃO DO SACRAMENTO DO AMOR NO INÍCIO DO TRÍDUO PASCAL

WhatsApp Image 2019-04-24 at 21.25.07 2A celebração da Ceia do Senhor, na noite de quinta-feira, marcou o fim da Quaresma e o início do Tríduo Pascal, que é o coração do ano litúrgico. Não podemos esquecer que o costume judaico-cristão considera o início do dia desde a sua véspera; por este motivo, a Sexta-Feira Santa começa no final da Quinta-Feira Santa. Na Missa da Ceia do Senhor, Ele antecipa sua Paixão; por isso, na missa, se faz o memorial da morte e ressurreição de Jesus. “O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, tem seu centro na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do domingo da Ressurreição” (carta apostólica Mysterii Paschalis, 19).

O Tríduo Pascal deve ser visto como uma única celebração, ou melhor, três faces do mistério da paixão e ressurreição de Jesus. A celebração que iniciou na quinta, findará na Vigília Pascal, por isso não há bênção nas celebrações da Ceia e da Morte do Senhor.

Na Paróquia Santo Antônio, sé episcopal de Campanha, a celebração da Ceia do Senhor foi presidida por Dom Pedro Cunha Cruz; concelebrou o pároco, Cônego Luzair Coelho de Abreu. Também estiveram presentes todos os Ministros da Sagrada Comunhão e a Irmandade do Santíssimo Sacramento da paróquia. Cantou a celebração o Coral Campanhense.

A Ceia do Senhor

Na Ceia Eucarística não fazemos apenas a memória de um “momento”, ainda que o mais importante – da vida de Jesus, qual seja a entrega na cruz, corpo e sangue dados para a salvação do mundo. Ao pedir “fazei isto em memória de mim (e não apenas “desse momento”), Jesus nos põe em comunhão com a sua pessoa, com tudo o que Ele significa para nós: o amor com que o Pai nos ama. O ato de lavar os pés dos discípulos – extremamente falante e simbólico – acontece exatamente dentro da Ceia Pascal de Jesus. Assim ele une definitivamente a Ceia e o serviço, o amor e a entrega de si. De fato, Jesus define sua missão assim: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20, 28). Toda a vida de Jesus é um serviço de resgate: ele resgata  a dignidade de cada ser humano, devolve-nos a liberdade de filhos e filhas de um Deus que é Pai e nos quer bem.

A Páscoa judaica celebrada anualmente quer levar o fiel exatamente a esta experiência da libertação que Deus realiza a cada dia, e da qual a libertação dos hebreus do Egito é o paradigma incontestável (I Leitura). Jesus celebra a Ceia Pascal com os seus irmãos, atualizando em sua vida que será entregue todo o significado de libertação e resgate do Êxodo, cujo ponto de partida é a ação de Deus que “desce” para libertar o povo. Também Jesus “desce”, se abaixa até os pés dos discípulos, se veste como os servos (se faz servo) para libertar-nos de toda servidão. Temos a descrição da instituição da Eucaristia na segunda leitura, na carta que Paulo escreve aos Coríntios. Ali ressoa a voz de Jesus: “Isto é o meu corpo entregue por vós; fazei isto em memória de mim”.

Homilia

O pregador da noite, a pedido de Dom Pedro, foi o Cônego Luzair Coelho de Abreu, pároco de Campanha e Chanceler do Bispado. Você pode conferir a homilia completa acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=KnH5vRA_S7U

O rito do Lava-Pés

Após a homilia, Dom Pedro, seguindo o rito prescrito imitando o gesto de Jesus e inspirado pelo tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e Políticas Públicas”, lavou os pés de doze membros da comunidade que atuam na promoção de diversas ações voltadas para o bem comum. 

Transladação do Santíssimo

Após a comunhão, foi feita a transladação das partículas que foram consagradas para a Capela do Santíssimo. O Santíssimo ficou exposto para adoração dos fieis até meia noite. Na missa da Ceia do Senhor são consagradas as partículas que serão distribuídas na celebração de sexta-feira, pois neste dia não se realiza sacramentos na Igreja.

A procissão se formou no corredor central da Catedral com Ministros da Palavra, Ministros da Comunhão, a Irmandade do Santíssimo Sacramento, coroinhas e acólitos. Na celebração, o Santíssimo não é exposto em um ostensório como é habitual; ele é transladado em uma âmbula. Também não se usam as sinetas; o som ouvido foi de matracas – som do silêncio: Jesus está no horto.

Para este momento, o Coral Campanhense entoou o Pange Lingua, tradicional hino da Igreja Católica composto por São Tomás de Aquino no século XIII. Inicialmente o canto foi composto para a solenidade de Corpus Christi, mas, com o tempo, passou também a ser entoado nas missas de Quinta-feira Santa. Para executar este hino o coral campanhense se posicionou no coro da Capela do Santíssimo – o local é utilizado anualmente apenas nesta celebração.

Desnudação do altar

A celebração da Ceia do Senhor se encerrou com a desnudação do altar,  um momento que muitas vezes não é percebido pelos fieis, pois o presidente e a equipe da celebração já se retiraram da sacristia. A desnudação do altar é uma manifestação exterior do silêncio e do despojamento que a Igreja assume até a Vigília Pascal. O altar fica sem toalha, sem ornamentos; os santos retirados ou cobertos novamente.

Texto: Flávio Maia

Fotos: Bruno Henrique

Reportagem fotográfica completa na fanpage da paróquia

https://www.facebook.com/paroquiasantoantonio.campanhamg/

 

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