A alegria da Santidade

Braso D. PedroNa solenidade de São José do ano corrente, fomos presenteados com a Exortação Apostólica do Papa Francisco intitulada Gaudete et Exsultate (Alegrai-vos e Exultai), sobre a chamada à santidade no mundo atual. Escrita de forma simples e direta, a Exortação não se propõe ser um tratado, mas um verdadeiro itinerário sobre o sentido da vida cristã, que não é outro senão o de responder o chamado universal dos batizados à santidade. Lembremo-nos que os santos são os que Deus escolheu para uma vida de comunhão e santidade com Ele. Porque o Senhor escolheu cada um de nós “para sermos santos e íntegros diante Dele, no amor” (Ef 1, 4). Na verdade, é um texto próprio para uma reflexão, e nos ajuda a examinar a vida à luz de Deus.

Mesmo considerando os desafios da vivência da santidade no contexto atual em que vivemos, Francisco nos recorda que a vontade de ser santo não parte primeiramente de nós, mas de Deus mesmo que nos ama e nos ordena amar. É a surpresa de ser amado e poder amar. “Deus quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa. Com efeito, a chamada à santidade está presente, de várias maneiras, desde as primeiras páginas da Bíblia” (GE, 1). A Abraão, o Senhor propô-la nestes termos: ‘anda na minha presença e sê íntegro’ (Gn 17, 1). Deste modo, podemos concluir que a santidade é uma opção que nos une a Deus e faz Dele uma referência para nossas vidas.

Além de lembrar que a santidade já está presente em nossa vida desde o nosso batismo, a Exortação a enfatiza como vida com Deus, isto é, familiaridade e intimidade com Deus que nos abre aos outros. A expressão “santidade ao pé da porta” (GE, 7) significa que toda a Igreja militante é chamada a ser reflexo de Deus. A santidade é o rosto mais belo da Igreja. Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra (Cf. GE, 14). Todos somos instrumentos da santidade de Deus, se estivermos abertos a Ele e optando continuamente por Ele. Somente assim a graça do batismo frutifica em nós. Esta santidade deve ser traduzida sempre em gestos concretos, que não é outra coisa que o fruto do Espírito Santo na vida de todos nós.

Francisco é consciente de que quem quer viver esta vocação batismal à santidade, terá que remar contra as correntes deste mundo, pois há muitos interesses mundanos que jogam contra nós. Vivemos em uma época difícil, e não são poucos os obstáculos que tentam nos impedir de amar a Deus; “mas o Senhor convida-nos sempre a novas conversões que permitam à sua graça manifestar-se melhor na nossa existência” (GE, 17). O único obstáculo será a nossa falta de esperança e deixar que nos roubem a alegria de anunciar o Evangelho no testemunho da santidade, já que a missão e a santidade são inseparáveis na vida de qualquer cristão.

São três os imperativos estimulantes, em meio aos desafios deste mundo, que Francisco nos propõe na referida Exortação: “não tenham medo da santidade. Não tenham medo de apontar para o alto. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo” (GE, 32.34). A santidade nos proporciona só alegria. Triste é não querer ser santo.

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