Quaresma, Fraternidade e cultivo da Paz

Braso D. Pedro

O tempo da quaresma como renovação da vida cristã, nos convida a reencontrar o nosso verdadeiro rosto cristão através da oração e da caridade, a fim de modelarmos nossa imagem àquela de Cristo. Deste modo, poderemos viver uma comunhão mais profunda no mistério da Morte e Ressurreição. É tempo de percorrermos o itinerário batismal de penitência e conversão. Tempo liturgicamente forte de mudança de vida, que nos insere ainda mais no Mistério de Cristo. Os quarenta dias de “deserto” é tempo de graça e de benção, marcado pela escuta da Palavra de Deus e da reconciliação com Deus e com os irmãos. É um tempo em que a Igreja, com amorosa insistência, nos chama à mudança de vida. Tempo de oração, jejum, de partilha e de gestos solidários em que direcionamos a misericórdia de Deus aos mais necessitados.

Para nós cristãos, todos os dias deste tempo rico nos anima e faz com que olhemos mais de perto a nossa vida e nossa condição. A conversão é um processo permanente, tanto em nível pessoal quanto social. Por isso, conversão significa uma mudança de sentido ou de rumo. Acreditamos que nunca é tarde para optar pelo bem e abandonar o mal, pois Deus no seu amor infinito e misericordioso está sempre pronto para nos abraçar. Nosso itinerário é sempre o de retorno ao primeiro amor e à fonte de todo bem e de toda graça. Esta é a razão pela qual repetiremos, incansavelmente, neste recolhimento espiritual, o célebre refrão: “Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação”.

E para isso, a Igreja do Brasil, iluminada pelo Espírito Santo e atenta à realidade em que vivemos, nos propõe neste ano um tema desafiador para nossa caminhada de conversão: “Fraternidade e superação da violência”. E o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). A atual situação de violência deve ser enfrentada com coragem. Em muitos lugares, a violência gera um número alarmante de vítimas, sem contar com as injustiças que dela decorrem. Deste modo, a segurança figura como um dos maiores anseios do nosso povo brasileiro.

“É tarefa de todos os homens e mulheres edificar a paz, segundo o exemplo de Jesus Cristo” (Papa Francisco, L’Osservatore Romano n. 2283, p.3). Não podemos ficar indiferentes frente ao quadro de violência em que vivemos. A consciência de que Deus é nosso pai, desperta em nós a certeza de que somos todos irmãos. Para nós cristãos, Jesus Cristo é a fonte e a origem da paz. Nele é que encontramos força e resposta na luta para a superação da violência e promoção da paz.

Por fim, o objetivo da Igreja com o referido tema da Campanha da Fraternidade, é o de chamar a atenção para os desafios e problemas no tocante à violência; suas causas e possíveis caminhos de superação, sempre à luz da Fé. Sejamos arautos da paz e construtores da civilização do amor. Digamos “não” à cultura de violência e de morte. Que o Deus da paz e da vida abençoe a todos. Uma frutuosa Quaresma a toda nossa comunidade diocesana.

Com benção paternal,

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