Primeiro Dia Mundial dos Pobres: “oportunidade para acolher e viver a essência do Evangelho”

WhatsApp Image 2017-11-21 at 19.03.02Este grande homem, dom de Deus à sua Igreja no terceiro milênio – o Papa Francisco – quis encerrar o Ano Santo da Misericórdia, instituindo, através da Carta Apostólica Misericordia et Misera (nº. 21), o Dia Mundial dos Pobres, como uma extensão contínua do extraordinário jubileu vivido em 2015-2016 a perdurar para sempre:

“ (…) Como mais um sinal concreto deste Ano Santo extraordinário, se deve celebrar em toda a Igreja, na ocorrência do XXXIII Domingo do Tempo Comum, o Dia Mundial dos Pobres. Será a mais digna preparação para bem viver a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, que Se identificou com os mais pequenos e os pobres e nos há de julgar sobre as obras de misericórdia (cf. Mt 25, 31-46). Será um Dia que vai ajudar as comunidades e cada batizado a refletir como a pobreza está no âmago do Evangelho e tomar consciência de que não poderá haver justiça nem paz social enquanto Lázaro jazer à porta da nossa casa (cf. Lc 16, 19-21). Além disso este Dia constituirá uma forma genuína de nova evangelização (cf. Mt 11, 5), procurando renovar o rosto da Igreja na sua perene ação de conversão pastoral para ser testemunha da misericórdia”.

No último dia 13 de junho, memória de Santo Antônio, defensor dos pobres de Pádua e árduo pregador contra os injustos mecanismos de empobrecimento, como a usura, naquele tempo, o Papa Francisco publicou a sua mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres.

Depois de uma segura fundamentação bíblico-teológica sobre a opção de Deus e da Igreja pelos pobres, Francisco nos desafia a não olhar para os pobres apenas como destinatários de uma opção caritativa esporádica e tranquilizadora de consciências, mas como a oportunidade que nos é oferecida “para acolher e viver a essência do Evangelho”. Nosso desafio, como o de São Francisco de Assis, lembrado por Francisco de Roma, é abraçar o pobre para ser pobre.

Apesar de não distinguir em sua mensagem as categorias de empobrecimento e pobreza, Francisco reconhece que a pobreza fruto do empobrecimento deve ser combatida com todas as forças pelos cristãos, não com armas, mas com atitudes de partilha. Diz o Papa: “se desejamos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização”. E continua: “a pobreza tem rosto de mulheres, homens e crianças explorados por vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro”. Aliás, este é um dos objetivos implícitos da instituição do Dia Mundial dos Pobres: dar-lhes visibilidade. Não para humilhá-los ou constrangê-los, mas para conscientizar uma sociedade que retira de diante dos olhos aquilo que não lhe agrada. Vejamos se não é assim em nossas cidades: onde estão os pobres? Nas periferias. Às vezes nas distantes periferias, escondidos dos piedosos olhos dos fiéis que frequentam a Igreja Matriz e o centro da cidade. Já diz o ditado que quem não é visto não é lembrado. Essa é a lógica que o Papa quer combater. Não podemos nos esquecer dos pobres, portanto precisamos vê-los. É preciso dar-lhes visibilidade.

Pe. Jean Poul Hansen

Coordenador Diocesano de Pastoral

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