CODIAS FAZ MENSAGEM PARA O DIA INTERNACIONAL DAS TRABALHADORAS E DOS TRABALHADORES

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"Que nenhum trabalhador fique desprovido de direitos”.

(Papa Francisco)

A cada ano no dia 1º de Maio é celebrado o Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, no qual a Igreja faz memória de São José Operário.

Neste ano estamos vivenciando uma crise sanitária provocada pela Covid-19, esta pandemia revela e aprofunda uma crise que já estava latente e que agora tornou-se evidente. Esta situação gera incômodos, desamparos e instabilidades no campo político e no campo afetivo, pois este processo de crise é inédito na história da humanidade e traz consequências sociais graves e a desestruturação da economia.

Neste contexto conturbado existem dois projetos de enfrentamento à pandemia, um propõe manter ativa a economia com a abertura do comércio, corte dos gastos sociais e que coloca a vida à serviço da economia.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a COVID-19 já ceifou mais de 210 mil vidas; e, com muita crueldade, incide, com mais elevada frequência, em trabalhadoras e trabalhadores que estão na ‘linha de frente’ do salvamento de vidas, nos Serviços de Saúde. Além destes grupos profissionais, a COVID-19 vem incidindo, de forma assustadora, em trabalhadoras e trabalhadores de muitas outras categorias profissionais, isto é, os que não podem se isolar em casa, pois exercem atividades agora consideradas “essenciais” como, por exemplo, trabalhadoras e trabalhadores da limpeza pública; do transporte público; distribuição e transporte de mercadorias, encomendas, alimentos, incluindo ciclistas e motociclistas; trabalhadoras e trabalhadores em drogarias, farmácias e supermercados, entre outros.

A ideia de isolamento social para conter a difusão do vírus não faz parte da realidade de maioria das trabalhadoras e trabalhadores, pois estes já desenvolviam um trabalho precarizado, necessitando sair de casa para obter o sustento do dia-a-dia. Segundo a Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT), a teoria do distanciamento social tem baixa ou nenhuma chance de ser adotada pelas classes sociais que estão na base da injusta pirâmide social brasileira. É ela, também, a mais afetada pelo empobrecimento e crescente miserabilidade impostos pelas políticas econômicas e sociais abraçadas pelos governantes, nos últimos anos.

Já o outro projeto propõe uma economia à serviço da vida, laços de solidariedade, apoio mútuo e uma renda básica cidadã. Na missa do dia 29/04/20, o Papa Francisco ressaltou que o vírus, atinge todos, sem diferença de nacionalidade nem pertença religiosa ou social, mas são os pobres que pagam e pagarão no futuro o preço mais alto. E pensando na dificuldade que fazem para resistir neste momento, afirma que talvez chegou o tempo de pensar num salário universal para os excluídos.

Segundo a Pastoral Operária a pandemia da COVID-19 acentuou essa questão: famílias trabalhadoras na informalidade, sem direitos, que estão sobrevivendo graças à solidariedade de outras pessoas. Expôs a ferida aberta do capitalismo, da “modernização neoliberal” que aplicou reformas no campo do trabalho, que retira direitos da classe trabalhadora. A Pastoral Operária reforça que a função das autoridades é defender a vida e o direito dos pobres.

Diante de tantos dificuldades, pedimos a Deus que abençoe a todos os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país e do mundo, e que São José que protegeu a Sagrada Família nos defenda contra todos os males!

Jacqueline de Souza

Coordenadora Diocesana do Conselho Diocesano de Ação Social - CODIAS

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